RAIO-X DA EMPRESA |
Kroton Educational: expansão explosiva ficou para trás?
Código: KROT3 Ibovespa: 88515 Valorização em 2018: -39% Setor: Educação
Análise de Múltiplos parece indicar que a ação da Kroton apresenta grande desconto. Acreditamos que seja reflexo negativo ao abrupto fim dos 8 anos de expansão explosiva que seguiu a abertura de capital em 2007. Com relação ao cálculo do preço justo do papel não há base para estimativas precisas. O chutado cenário conservador mais favorável sugere um desconto modesto.
Mesmo reconhecendo os riscos evidenciados pelo período recente de prejuízos, e as premissas chutadas de crescimento futuro, acreditamos que vale a pena considerar investimento a um preço de mercado mais baixo que o atual.
No evento do papel cair para a faixa de R$ 9,60, por exemplo, ainda acima dos dois fundos atingidos em 2018, teríamos margem mínima de 40%, ou desconto de 28%. Dadas às qualidades da empresa são cifras atraentes.
Introdução
Investimento interessante?
"Um conjunto de premissas consideradas conservadoras sugere que a ação da Kroton oferece um desconto no mínimo moderado e provavelmente bom. Este fator, junto com evidencia de forte DNA empresarial, serviços de qualidade, caixa líquida e setor em expansão, nos convence que a empresa, apesar do risco, representa um investimento interessante. Mas não se pode esperar no futuro a continuação do crescimento excepcional visto no passado."
Oferta irrecusável?
Foi a conclusão do Raio-X de 20/04/17. Na época, ao preço de R$ 14,25, estimamos que o papel da Kroton ofereceu um desconto de pelo menos 29%. Pois bem, agora, quase 19 meses depois, o preço da ação caiu para R$ 11,16. A lógica sugere que Mr Market agora faz uma oferta irrecusável: é isso mesmo?
Nem tanto!
Infelizmente, nem tanto. Ao comparar nosso novo estudo com o Raio-X passado verificamos que um erro importante em nossos cálculos anteriores resultou na superestimação do preço justo.
Para amenizar o problema decidimos reformular o Raio-X e eliminar a versão anterior de nosso arquivo on-line.
Gráfico de Preço de 6 Anos
Tabela de Dados
Alerta
Alertamos que a Tabela de Dados acima é sujeita a todo tipo de distorção, com destaque para os efeitos da inflação, variações cambiais e alterações no regime contábil. Aqui estamos mais interessados em tendências e ordens de grandeza do que números precisos. Para facilitar a comparação com o período anterior, usamos "dólares ajustados" (explicados em nota abaixo da Tabela) para os anos a partir de 1999, fortemente impactados pela desvalorização.
Não se deve atribuir importância excessiva à previsão de lucro para 2018, feita parcialmente por computador.
Breve História
Furor aquisitivo
1966 - Fundação da atual controlada Grupo Kroton Educacional em Belo Horizonte (MG) para oferecer "curso preparatório diferenciado para o vestibular"
1971 - Início da oferta de operações de Ensino Básico através dos Colégios Pitágoras
Anos 80 - Desenvolvimento de modelo replicável de gestão "objetivando a implantação de unidades educacionais geograficamente dispersas"
1986 - Alunos em escolas gerenciadas já atingem 11.000
1997 - Início da comercialização, em grande escala, do modelo para Educação Básica
2001 - Fundação, em Belo Horizonte, da primeira faculdade Pitágoras
2007 - Adotada a denominação social de "Kroton", cidade onde Pitágoras teria se iniciado como professor
2008 - Início de biênio de expansão acelerada do Ensino Superior através de aquisições e crescimento orgânico.
2009 - Aumento de capital de R$ 388MM com subscrição privada de 216,69MM de ações pelo fundo de private equity Advent International
2010 - Adquirido o Grupo IUNI Educacional, com faculdades no Mato Grosso, Amapá e Bahia, permitindo, com a duplicação das atividades do Ensino Superior, a criação de uma instituição de escala nacional
2011 - Duas ofertas públicas capturam R$ 370MM com emissão de 138,26MM ações
2012 - Aquisições da Unirondon e Uniasselvi, permitindo aumentar a liderança no segmento EAD e promovendo entrada no estado de Santa Catarina
2013 - Acordo de associação com a Anhanguera Educacional com aprovação pelo CADE
2014 - Incorporação das 135,36MM ações da Anhanguera
2015 - Kroton conta com 1MM de alunos no Ensino Presencial e a Distância e fornece Sistemas de Ensino a 713 escolas privadas
2016 - Concluída a venda das participações detidas por subsidiárias na Uniasselvi por cerca de R$ 1,1BI, conforme a determinação do CADE como remédio proposto para aprovação da fusão com a Anhanguera
2017 - Vendidas as Faculdades Integradas de Rondonópolis, Instituto de Ensino
Superior de Cuiabá, Faculdade de Mato Grosso e a participação na Novatec Educacional, no contexto de acordos celebrados com a Anhanguera Educacional e compromissos assumidos com o CADE.
Controle e Administração
Controle pulverizado
Não há acionista controlador, o controle é pulverizado. Os acionistas "estratégicos" são os seguintes:
J P Morgan Asset Managment 5,3%, Congest 5,0%, Capital World Investors 5,0%, Blackrock 5,0%, Elisabeth Bueno Laffranchi 2,0%, Alessandra Laffranchi 2,0%, Barbara Elisabeth Laffranchi 1,5%. Observa-se na lista a presença de importantes investidores internacionais.
Evando José Neiva é Presidente do Conselho de Administração e Rodrigo Calvo Galindo o Diretor Presidente. A acionista Bárbara Elisabeth Laffranchi é também membro do Conselho de Administração.
Grupo
Grupo de 34 empresas
Com sede em Belo Horizonte (MG), a Kroton é uma holding não operacional que exerce suas atividades através do controle integral das empresas Anhanguera Educacional Participações, Editora e Distribuidora Educacional (EDE) e SB Sistemas. A Anhanguera controla diretamente 10 empresas e a EDE 20.
No fim de 2017 a Anhanguera respondeu por 34%, e a EDE 66%, da equivalência patrimonial da controladora. Nessa data não houve equivalência da SB Sistemas.
Negócio
Educação Superior para 910 mil
Uma das maiores organizações educacionais privadas do mundo, a Kroton administrou, no fim de setembro de 2018, cursos de Graduação Presencial e a Distância, Pós-graduação, Mestrados e Doutorados a cerca de 910 mil alunos através de 143 campi e 1.310 polos de Educação a Distância (EAD). O segmento de Ensino Superior presencial gerou 78% da receita líquida dos 9 meses e o Ensino Superior a distância 19%. A Kroton está presente em 20 estados e 101 cidades brasileiras.
Novo foco na Educação Básica
Com novas aquisições na Educação Superior dificultadas pelo CADE, a Kroton está direcionando seu foco para a Educação Básica, responsável por somente 3% da receita líquida nos 9 meses de 2018.
A atividade principal da nova controlada Saber neste segmento é oferecer, através da Rede Pitágoras, Sistema de Ensino que abrange coleções didáticas, treinamento de professores, avaliação educacional para escolas privadas de Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. No fim de setembro de 2018 o Sistema foi utilizado por cerca de 227 mil alunos em 687 Escolas Associadas.
Nos últimos meses a Rede Pitágoras foi complementada por três novas aquisiçôes pela Saber: o Centro Educacional Leonardo da Vinci, em abril; o Colégio Lato Sensu em setembro, e a SOMOS, em outubro.
A Kroton oferece cursos de Ensino Técnico por meio de Pronatec, Cursos Livres e de Idiomas e, via a LFG, cursos preparatórios para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e carreiras públicas. Há 53 mil alunos em Cursos Livres.
Produtos e serviços
O custo de produtos vendidos compreende, em boa parte, "custos de produção editorial e a impressão de material didático vendido às Escolas Associadas de Educação Básico", enquanto o custo de serviços prestados se refere, principalmente, à operação das unidades de Ensino Superior.
Concorrentes
Os concorrentes da Kroton incluem a Anhembi, do grupo Laureate, Anima Educação e Ser Educacional. A Estácio, objeto de aquisição fracassada pela Kroton, é citada como a grande rival da empresa.
Boas perspectivas
Artigo no GMEHub em 2016 apontou as boas perspectivas para a Educação Superior vislumbradas pela direção da Kroton. Essa visão se baseia no baixo percentual de jovens de 18-24 anos que ingressam no Ensino Superior no Brasil atualmente: 17,7%. Na Coréia do Sul e Estados Unidos, este índice já atinge 60%-70%. Mesmo vizinhos como Peru e Colômbia apresentam índices que são o dobro do brasileiro.
Sazonalidade
As receitas e lucros alcançam seu nível mais alto no primeiro e terceiro trimestres, épocas quando vendas das coleções de livros atingem seu pico na Educação Básica ou ocorrem matrículas no caso da Educação Superior.
Últimos Resultados
Ano de 2017
Evolução de Resultados Consolidados
Provisões diminuem lucro
O aumento na receita real no ano é atribuído à boa captação de novos alunos e rematrículas no Ensino Superior Presencial e a Distância. Contribuiu também o aumento no ticket médio presencial. Esses fatores compensaram a perda de receita que resultou da venda de ativos.
Parece que o salto nas despesas operacionais se relaciona, em boa parte, com a maior Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD). O acréscimo se deve a dois fatores: aumento nos alunos utilizando o financiamento Parcelamento Estudantil Privado (PEP) - para os quais a Kroton adota uma postura conservadora de provisionamento; e o aumento na base de alunos EAD, que possuem maior propensão a evadir.
A empresa não fornece maiores detalhes sobre a boa expansão nas receitas financeiras líquidas simplesmente comentando que refletem "maior volume de caixa"! Presumivelmente a explicação é a venda de ativos.
9 Meses de 2018
Evolução de Resultados Consolidados
Receita em declínio, custos em alta
O declínio na receita no período se deve a vários fatores: queda na base de alunos Presencial, resultado do maior nível de formaturas; venda de ativos no final de 2017; redução no ticket médio nos segmentos Presencial e EAD do Ensino Superior, com o aumento nos alunos on-line e a maior concorrência.
O aumento de custos é associado ao lançamento de 25 novas unidades de ensino e a incorporação do Centro Educacional Leonardo da Vinci. Os maiores despesas operacionais são principalmente consequência de despesas adicionais com marketing.
A expansão na receita financeira se explica pelo maior caixa, resultado do recebimento de parcelas FIES e a emissão de debêntures pela holding Saber.
Análise de Múltiplos
Tabela de Análise: Descontos/Prêmios
Grandes descontos
A Kroton abriu seu capital em 2007. Partindo da evidência da Tabela de Dados supomos que deste ano até 2011 o foco da Kroton foi a construção de escala, com rentabilidade se tornando uma prioridade somente nos últimos 6 anos. É por isso que limitamos a análise a este segundo período.
No caso dos indicadores de investimento, o Preço/Lucro e o Preço/Patrimônio Líquido, a Tabela de Análise mostra grandes descontos (41%-52%) com relação ao passado da empresa, seu setor e o mercado. Os mesmos não são explicados por disparidades no Lucro/Patrimônio Líquido: excetuando a comparação com o setor - de pouca importância devido a pequena amostra de empresas - as diferenças são mínimas.
O yield de dividendo da Kroton apresenta vantagem significativa nas mesmas comparações.
Fim da expansão explosiva
Uma explicação mais provável para os grandes descontos é um fator não revelado pela Tabela: a reação ao abrupto fim, nos últimos 33 meses, da expansão explosiva da receita dos 8 anos anteriores.
Caixa líquido
Muito positivo é o Índice de Solvência, com a empresa apresentando caixa líquido, ou Dívida Líquida/Patrimônio Líquido próximo de zero, durante os últimos 5 anos.
Cálculo do Valor Intrínseco
Fugimos do foco
Para recalcular o preço intrínseco através do método de Fluxo de Caixa Descontado adotamos como lucro base central o lucro previsto para 2018: o lucro líquido dos primeiros 9 meses do ano anualizado. Dá R$ 1721MM.
O estudo da Kroton, como já comentamos, foge nossa prática normal de focar empresas com "longo registro de crescimento moderado com baixa variabilidade". A Tabela de Dados da empresa, de 12 anos, mostra 5 anos de prejuízos ou baixos retornos, 5 anos de crescimento explosivo e 21 meses de lucro em leve declínio.
Retorno sacrificado por escala?
Na Análise de Múltiplos ignoramos os primeiros 5 anos, supondo que trata-se de uma época em que a Kroton sacrificou retorno para ganhar escala - e por isso não serve como base para prever o futuro da empresa. Mas tampouco podem ser considerados típicos os 7 anos seguintes, período em que lucro e receita se expandiram a mais de 30% aa, taxa insustentável.
De trás pra frente
É por isso que procedemos de trás para frente, procurando identificar a margem de segurança associada ao cenário conservador mais favorável.
Na Análise de Sensibilidade abaixo examinamos 12 combinações de lucro base e taxa de crescimento. Constatamos que lucro base de R$ 1721MM, junto com crescimento de 10 anos de 6,5% seguido por crescimento perpétuo de 3,0%, produzem margem de segurança de 20%.
Acreditamos que este cenário seja conservador. Para uma empresa que cresceu mais de 30% aa durante os 7 anos anteriores não parece difícil crescimento de 6,5% durante a próxima década. No longo termo, como CADE e a demografia estabelecem limites, preferimos restringir a expansão a 3% aa.
Análise de Sensibilidade - Preços Intrínsecos (R$)
Tabela de Premissas e Resultados
Discussão
Qual desconto?
Com histórico limitado em tempo, e grande variabilidade nos resultados, não é fácil avaliar a Kroton como investimento. Temos ainda a disparidade entre os descontos encontrados na Análise de Múltiplos e no Cálculo do Valor Intrínseco.
Há a probabilidade do desconto de 41%-52% no preço da ação, revelado pela Análise, ser reação (negativa) ao fim abrupto de 8 anos de expansão explosiva da receita. Por sua vez, o desconto sugerido pelo Valor Intrínseco, de 17%, é função do cenário conservador mais favorável, um conjunto de premissas chutadas. Desconfiamos que o desconto verdadeiro se encontra em algum ponto na grande faixa entre as duas cifras.
Contraindicações
Uma contraindicação é o fato que o modelo de expansão empregado pela Kroton - que privilegia emissões sucessivas de ações - acabar diluindo a participação de acionistas de longo prazo no lucro. O contra argumento é que o modelo adotado minimiza pagamento de juros. Observamos, no entanto, que a recente captação pela Saber evitou a diluição, sendo realizada através da venda de debêntures.
Outro fator negativo é o freio aplicado pelo CADE sobre novas aquisições no segmento de educação superior.
Pontos positivos
Vamos resumir os pontos positivos. A Kroton evidencia a presença de forte DNA empresarial, caracterizado por expansão acelerada a baixo custo. Ela oferece serviços de qualidade, atua em setor em expansão, exibe forte posição financeira e sua ação apresenta algum desconto.
Contrapondo limitações de expansão por aquisições no segmento de educação superior, há o potencial evidenciado pela pouca representatividade na receita do segmento de educação básica. E é claro que não há, no Ensino Superior, impedimento à expansão "orgânica".
Margem insuficiente
Com tudo isso, não consideramos a margem mínima de 20% - desconto de 17% - suficiente para cobrir o risco e garantir um bom retorno no investimento.
Mas, mesmo reconhecendo os riscos evidenciados pelo período recente de prejuízos, e as premissas chutadas de crescimento futuro, acreditamos que vale a pena considerar investimento na empresa a um preço mais baixo. No evento do papel cair para a faixa de R$ 9,60, por exemplo, ainda acima dos dois fundos atingidos em 2018, teríamos margem mínima de 40%, ou desconto de 28%.
Conclusões e Recomendação
Ao longo dos últimos 12 anos, partindo da abertura de capital em 2007, a Kroton exibe 5 anos de prejuízos ou baixos retornos seguidos de 5 anos de crescimento explosivo e 21 meses de lucro em declínio.
A rápida expansão da receita no período de baixos retornos parece refletir uma estratégia de sacrificar lucros para ganhar escala na educação superior - processo agora restrito pela atuação do CADE.
Análise de Múltiplos parece indicar que a ação da empresa apresenta grande desconto. Acreditamos que seja reflexo negativo ao abrupto fim de 8 anos de expansão explosiva. Com relação ao cálculo do preço justo do papel não há base para estimativas precisas. O chutado cenário conservador mais favorável sugere um desconto modesto.
Mesmo reconhecendo os riscos evidenciados pelo período recente de prejuízos, e as premissas chutadas de crescimento futuro, acreditamos que vale a pena considerar investimento a um preço mais baixo. No evento do papel cair para a faixa de R$ 9,60, por exemplo, ainda acima dos dois fundos atingidos em 2018, teríamos margem mínima de 40%, ou desconto de 28%. Dadas às qualidades da empresa são cifras atraentes.
A posição financeira da empresa é de absoluta tranquilidade.
Nota Importante: De acordo com nossa política de transparência, informamos que o responsável por Ação&Reação detém uma posição da Kroton.
Mande sua opinião!
Últimas notícias:
1 - Queda de 20% não faz sentido (16/09/19) (Preço da Ação R$ 10,72)
Mercado exagerou
Na semana em que o Índice recuou 4%, como interpretar a queda de 20% no preço do papel da Kroton? Sem dúvida o gatilho foi a divulgação do balanço do segundo trimestre. Mas embora medíocre parece que o mercado exagerou em sua reação ao resultado.
Dois fatores negativos
Pelos números só observamos dois fatores negativos: a forte queda no crescimento da Receita Operacional em relação ao primeiro trimestre; e o forte aumento nas Despesas Gerais e Administrativas, tanto na demonstração de lucro de 2018 quanto nos dois primeiros trimestres de 2019. Somente o primeiro fator é novidade.
Alta cifra é pontual
De fato, a receita vem mostrando excelente crescimento em 2019, sobre os mesmos períodos de 2018. Fato explicado pela empresa por uma série de razões. A principal delas é a receita adicional trazida pela aquisição da Somos Educação, operação concluída em outubro de 2018.
Mas, apesar do bom crescimento no ano, há grande disparidade entre a forte expansão de 34,9% da receita no primeiro trimestre e a expansão, muito menor, de 14,2%, no segundo. Não encontramos nos Comentários de Desempenho da empresa nenhuma explicação específica* desta disparidade.
* A empresa relaciona: "o aumento de formaturas oriundas das grandes safras de captação de 2013 e 2014"; "o (maior) nível da evasão"; a mudança no perfil da base"; "a menor utilização do PEP (Parcelamento Estudantil Privado)"; e "a menor incidência de PMT (Parcelamento de Matrícula Tardia) no trimestre."
De qualquer forma, o "guidance" da Kroton, mencionado no Comentário do primeiro trimestre, fornece, como previsão de crescimento da receita para todo o ano de 2019, a taxa de 21%. Assim, fica claro que a alta cifra registrada no período é considerada pontual.
Despesas não recorrentes
A aquisição da Somos também é citada como explicação principal para a explosão de Despesas Gerais e Administrativas no período que segue a consolidação da empresa. Aqui, mais uma vez, não temos nenhuma razão para imaginar que estas despesas não sejam "não recorrentes".
Surto de miopia
É certo que a menor expansão de lucro constante do balanço da Kroton do segundo trimestre preocupa. Mesmo assim, o crescimento de dois dígitos na receita registrado no semestre não é nada mau - além de ser compatível com o guidance da empresa para o ano de 21%.
Em resumo, nâo encontramos nos dados recém divulgados nada que justifique uma queda repentina de 20% na ação da empresa. Há a impressão que Mr Market teve surto de miopia: em vez de fixar nos benefícios de longo prazo da compra da Somos - e da esperada recuperação econômica do Brasil, ele está focado excessivamente em variações do curto prazo de importância menor.
Margem de segurança de 91%!
A queda gera uma oportunidade de investimento? Considerando a comprovada capacidade da administração da Kroton, e o fato que o preço atual da ação, de R$ 10,72, produzir um preço/patrimônio líquido que é pouco mais da metade da média dos últimos 8 anos do indicador, avaliamos que sim. A "margem de segurança" sobre esta média é de 91%! Há muito espaço para ganho.
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