Nitroglicerina pura
Não podemos enfatizar demais a importância desta questão. Uma série de livros fascinantes sobre investimento têm sido lançado nos Estados Unidos e na Inglaterra nos últimos anos (One Up on Wall Street por Peter Lynch, The Warren Buffet Way por Robert Hagstrom Jr e The Zulu Principle por Jim Slater, por exemplo). Estes livros são "nitroglicerina pura". O entusiasmo dos autores tende a empolgar o leitor-investidor e ele freqüentemente acaba adotando uma ou outra estratégia pela metade sem estar consciente do risco envolvido.
Figuras pitorescas; entes sem cor
De fato existem dois mundos de investimento em ações e um abismo entre eles. O primeiro é habitado por figuras excitantes e pitorescas: growth companies (empresas de crescimento acelerado), turnarounds (empresas que passam de quase-falência para lucro), cíclicas (empresas cujos vendas e lucros seguem um ciclo), asset plays (empresas que têm ativos valiosas mas poucos sabem disso), etc. O segundo tem entes sem cor e, a primeira vista, meio chatos: margem de segurança, diversificação, longo prazo, risco. As operações também são diferentes. Enquanto no primeiro mundo há opções, arbitragens, futuros, o segundo tem que se contentar com uma espartana compra ou venda de vez em quando.
Profissional é profissional
O primeiro mundo é o mundo do profissional (que nem por isso, necessariamente faz sucesso - pode ganhar bem administrando mal o dinheiro dos outros) que dedica 10 horas por dia a ele. Podemos também ser profissionais mas para isso temos que dedicar a este mundo um tempo considerável.
Uma noite por quinzena
O segundo mundo é o mundo do amador inteligente que se interessa pelo mercado de ações. Aqui uma pessoa pode obter um rendimento bom ao longo dos anos dedicando, vamos dizer, o máximo de uma noite por quinzena ao assunto. Como não cansamos de repetir, este amador, utilizando técnicas simples, não terá muita dificuldade em ultrapassar a performance média dos fundos.
Prêmio nobel entra pelo cano
A diferença entre os dois mundos é que, pelo menos na teoria, o profissional sabe como controlar o risco envolvido em suas operações mais sofisticadas. Como temos visto recentemente, no entanto, até equipe prêmio nobel em controle de risco pode entrar pelo cano.
Emoção é risco
É claro que muitos (incluindo este boletim) não resistirão as emoções do dia a dia do mercado. Tudo bem, mas estes devem se conscientizar do risco envolvido e só aplicar uma parte pequena de seus recursos totais em operações mais especulativas.
Lições dos mestres
Em nosso nova seção, ABC DA BOLSA, aplicaremos na prática as lições e estratégias apresentadas em nossos artigos sobre pensamento dos mestres do investimento.
1/12/98